As Universidades da Terceira Idade (UTIs) são o modelo de formação de adultos com mais sucesso no mundo e em Portugal. Consideramos as Universidade da Terceira Idade (adiante UTIs) como a “resposta social, que visa criar e dinamizar regularmente actividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente para e pelos maiores de 50 anos. Quando existirem actividades educativas será em regime não formal, sem fins de certificação e no contexto da formação ao longo da vida”.
Existem actualmente milhares de UTIs no mundo inteiro, com base no exemplo francês ou no exemplo inglês, e apesar da primeira UTI ter surgido em Portugal apenas três anos após a criação da primeira em França, em 1973, só nos últimos cinco anos este modelo se implantou verdadeiramente como nascimento de dezenas de novas UTIs.
No modelo francês as UTIs são criadas pelas universidades tradicionais, tem professores remunerados, garante certificação e segue um modelo mais formal.
No modelo inglês, que Portugal segue, as UTIs nascem no seio de organizações sem fins lucrativos, os professores são voluntários e não garante certificação.
Para além de um modelo de formação de adultos e de um espaço de cultura e convívio, as UTIs são também um projecto de saúde uma vez que – estudos de investigação comprovam-no - melhoram a qualidade de vida e consequentemente a saúde dos seniores, assim como contribuem para a diminuição dos sintomas de doença depressiva.
Como surgem as UTI’s em todo o mundo
Introdução
As Universidades da Terceira Idade (UTIs) surgem com objectivos da melhoria da qualidade de vida dos seniores e da formação ao longo da vida. A Universidade da Terceira Idade ou Universidade Sénior é “a resposta social, desenvolvida em equipamento(s), que visa criar e dinamizar regularmente actividades culturais, educacionais e de convívio, para e pelos maiores de 50 anos, num contexto de formação ao longo da vida, em regime não-formal”
As Universidades da Terceira Idade surgiram na década de 70 em França na niversidade de Toulouse. Os princípios básicos destas universidades mantêm-se inalteráveis ainda hoje: Desenvolver o convívio salutar e útil entre os seniores, combater a exclusão social e proporcionar aos mais velhos a possibilidade de aprenderem ou ensinarem (promovendo a andragogia ou seja a arte e ciência de ajudar os adultos a aprender).
As UTIs são uma resposta social porque combatem o isolamento e a exclusão social dos mais velhos, principalmente a seguir à reforma; incentivam a participação dos seniores na sociedade; divulgam os direitos e oportunidades que existem para esta população; reduzem o risco de dependência e são um pólo de convívio.
Vários estudos nacionais e internacionais demonstraram (Jacob, 2005) que as UTIs, para além de um projecto educativo e formativo, são igualmente um projecto social e de saúde, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos seniores e prevenindo o isolamento e exclusão social.
Este movimento enquadra-se igualmente no projecto europeu de formação ao longo da vida ou educação permanente, que visa permitir aos cidadãos europeus passar livremente de um ambiente de aprendizagem para um emprego ou vice-versa, de uma região ou de um país para outro a fim de utilizar da melhor forma as respectivas competências e qualificações.
Assim, uma aprendizagem ao longo da vida aponta para um percurso de aquisição de competências que vai do ensino pré-escolar até à pósreforma, e abrange qualquer tipo de educação (formal e/ou não-formal).
São alguns dos objectivos do espaço europeu da aprendizagem ao longo da vida:
- Fomentar uma cultura da aprendizagem para motivar os aprendentes (potenciais), aumentar os níveis de participação e demonstrar a todos que é indispensável aprender em qualquer idade;
- Valorizar a educação e a formação. Isto significa dar valor aos diplomas e certificados formais, à aprendizagem não formal e informal a fim de poderem ser reconhecidos/valorizados todos os tipos de aprendizagem.
As UTIs são o modelo de formação de adultos com maior sucesso a nível mundial e que lhes proporciona um grande leque de actividade culturais, recreativas, científicas e motiva a aprendizagem.
As UTIs nacionais ministram cursos e disciplinas, dando primazia á divulgação cultural e convívio social, num sistema de educação informal, considerando-se esta como a aprendizagem que não é dispensada por um estabelecimento de ensino ou de formação e que não conduz tradicionalmente à certificação. É, todavia, estruturada em termos de objectivos, duração e recursos é intencional do ponto de vista do aprendente.
Este enfoco nos seniores justifica-se em grande medida pela demografia. Nos países ocidentais, actualmente, a esperança de vida é mais elevada, as condições económicas têm vindo a melhorar para um cada vez maior número de idosos, os cuidados de saúde estão mais generalizados e acessíveis, assim como o acesso à cultura e à educação.
O surgimento das reformas e pensões possibilita igualmente que os seniores se preocupem e de dediquem a outras causas que não só a subsistência. As idades de reforma são variáveis o que implica que os reformados de hoje sejam mais jovens do que os seus antepassados e consequentemente mais activos e dinâmicos.
Patricia Aurora Benitez Peixoto
segunda-feira, 27 de abril de 2009
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